O “Poeta do Mês” de outubro foi Manoel
de Barros. Nada mais justo do que deixar que ele mesmo se apresente.
“Não sou biografável. Ou, talvez seja.
Em dez linhas. Nasci em Cuiabá, 1916, dezembro. Me criei no Pantanal de
Corumbá. Só dei trabalho e angústias pra meus pais. Morei de mendigo e pária em
todos os lugares da Bolívia e do Peru. Morei nos lugares mais decadentes por
gosto de imitar os lagartos e as pedras. Publiquei dez livros até hoje. Não
acredito em nenhum. Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que fui
salvo. Sou fazendeiro e criador de gado. Não fui pra sarjeta porque herdei.
Gosto de ler e ouvir música – especialmente Brahms. Estou na categoria de
sofrer do moral, porque só faço poesia.”
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